DONA DE MIM
ESSÊNCIA
Memórias - Trajetória Escolar - PARTE 3
São vários professores que passaram
pela minha escolarização, mas os que participaram deixando recordações
marcantes, infelizmente são poucos. A
maioria das lembranças está difusa ou em branco, justamente por não serem
consideradas tão importantes.
O que eu gostei da
professora na quarta série foi a amizade além da sala de aula. Não sei exatamente
o motivo ou a ocasião, mas um dia ela, eu e uma colega fomos passear no
shopping. Conversamos, rimos e tomamos sorvete, logo depois, ela nos deu carona
para casa. Outra curiosidade é que no decorrer daquele ano letivo, a
convivência na sala de aula foi construtiva. Não compreendia bem se aquilo talvez
fosse uma amizade. Hoje, entendo que existe um ser humano por trás da figura de
um professor.
No Ensino Fundamental II,
uma professora de ciências me cativou pela sua elegância no falar e no andar. Em
uma aula, ela nos trouxe imagens de células para serem visualizadas através do
retroprojetor, e a sua maneira de ensinar serenamente termos complicados, como ‘organelas
celulares’, transmitiu segurança num assunto recheado de incógnitas. Apesar de
no dia seguinte, com certeza, ter esquecido todos aqueles nomes complexos.
Saltando para o ensino
técnico. Havia uma professora de geociências que além de ensinar de forma
interessante, nos provocava no sentido sócio crítico. Comentava sobre a nossa
situação, que nos encontrávamos num ambiente privilegiado, sentados naquela
cadeira, que tínhamos que valorizar todo o conhecimento que se construía lá, que
poderíamos ser alunos excepcionais se nos empenhássemos. Dizia que o nosso
cérebro armazena muitas informações, e se soubermos acessá-las, aprenderemos
quase tudo o que quisermos. Um dia, ela nos viu estudando para o vestibular, e nos
doou as suas apostilas de cursinho. Também estimei outro professor do técnico, porque
trazia experiências e histórias de vida durante as aulas que tornavam as aulas
mais prazerosas de se ouvirem.
Finalizando no ensino superior,
a querida professora de Zoologia me emocionava com o seu entusiasmo e ao mesmo
tempo seriedade naquilo que fazia. Claramente isto influenciou na imagem que tenho
de um professor ideal. Já aposentada e com vasta experiência no magistério, nos
incentivava a dar aula e nos contava da satisfação que era lecionar em escolas
públicas. Segundo ela, a escolha da docência exigia de nós alunos, resistência e
não desistência por qualquer bobagem ou falha no percurso. O importante era
buscarmos suficiente paixão para lecionar e acreditar na profissão.
J.V.
04/09/2016
FORTALE-SER
Memórias - Trajetória Escolar - PARTE 1
Desde o início, a escrita me
fascinou: meu irmão era três anos mais velho e pode experimentar o contato com
os símbolos desconhecidos antes de mim e, por consequência, através dele pude
conhecer a existência desse novo universo. Meu esforço em querer aprender a ler
era tão grande que minha mãe um dia chegou a acreditar que eu estava realmente
lendo um cartão do dia das mães de meu irmão, e até perguntou o que estava
escrito. Eu, sem saber o que fazer e não querendo decepcioná-la, inventei
alguma coisa. A partir de então, meu imaginário foi construindo aos poucos uma
visão nobre e importante pela escrita. Saber ler e escrever eram coisas
mágicas.
Na época, morava em São Caetano (SP) quando os meus pais me matricularam no ''prezinho'' (pré-escola) e, infelizmente esse período durou pouco. Segundo minha mãe, seis meses. Lembro-me de lá desenhando e brincando apenas, e que criava expectativas boas da professora em relação a mim, e também que era muito comportada. Houve um episódio no último dia, onde minha mãe foi comunicar à professora que eu estava de mudança, a professora lamentou e disse algo semelhante a: ''Ah, a ‘Jaquiqueline’ vai embora, que pena... ''. Não entendia direito qual poderia ser a implicação de um nome ser pronunciado de forma diferente, mas até hoje não me esqueço.
Essa passagem rememorada de
minha primeira escolinha é importante, pois, desde minha saída naquele dia, só
fui pisar em outra, anos mais tarde, em 1999, com seis anos, já na minha
residência atual, em Suzano (SP).
Nesse meio tempo, tive
inveja de meu irmão ou de qualquer criança uniformizada que passasse em minha
frente. Descobri que ser estudante não era tão simples assim, pois não se tinha
lugar para receber todo mundo e eu ficava na expectativa de uma vaga aparecer.
Mas não era tão ruim assim dispor de tanto tempo livre, e hoje tenho certeza de
que sabendo o privilégio que era só ter que brincar e sonhar teria aproveitado
mais.
Provavelmente devo ter
enchido muito a paciência de meus pais por não estar ainda em uma escola, e
devo ter chorado bastante, perguntando-me: ''Por que eu? O que fiz de
errado?''. Inclusive considerava que estava envelhecendo e meu tempo passando
rápido, mesmo não tendo a clara noção de causa e efeito da idade. Vendo a minha
aflição e para remediar esta situação, minha mãe me deu um caderninho de
escrever, apesar de não saber o quê e como iria aprender.
Ela começou a escrever
algumas letras e me pedia para reescrevê-las nas linhas debaixo e assim, as
letras foram evoluindo para palavras e depois para frases. De fato, ninguém
haveria de mensurar a dimensão desse método caseiro por mais inocente que se parecesse.
Mas isto me entretivera até começar a primeira série, com um adiantamento de
aprendizagem que impressionaria a todos, até a mim.
A jornada começara. Minha mãe me arrumou como uma princesinha e colocou presilhas coloridas por todo o meu cabelo. Estava ansiosa para finalmente me tornar uma ESTUDANTE: estava tudo perfeito! A escola municipal Antonio Marques Figueira era grande, bonita, tinha espaços abertos com árvores, como também locais escuros e cimentados. Era tão grande que só fui descobrir onde era a merenda um ano depois, quando tomei coragem e perguntei para a inspetora sobre um corredor misterioso por onde as crianças entravam correndo. Ela então pegou a minha mão e me levou para o outro lado, também espaçoso e arborizado.
Nessa fase as coisas eram abstratas, diferentes e novas. Lembro-me que fora da sala de aula o tempo de permanência era menor, mas não me importava em voltar e ficar sentada na cadeira da sala, escrevendo ou fazendo algo da lousa. Depois do primeiro dia, voltei para casa com aquela sensação de preenchimento, de que minha vida não seria mais a mesma. Até o gosto do arroz e feijão da janta não parecia o mesmo.
Achava minha primeira
professora boazinha, diria ‘’um amor de pessoa’’. Não sei se era só comigo que
ela era simpática, afinal foi dela que mais tarde ganhei uma medalha de aluna
inteligente (?!...). Uma vez, ela segurou o meu caderno e perguntou se era eu
mesma que tinha escrito os textos na folha. Ela me fitou por um instante e
elogiou abismada a minha letra. Hoje sei que a facilidade na grafia tem a ver
com o caderninho infantil improvisado em casa.
A priori eu gostava de todos,
até dos coleguinhas que ‘’não iam com a minha cara’’, pois me beliscavam sem
claro motivo. Interagia timidamente do meu jeito estranho, não era conversadora.
Uma vez, na reunião de pais, a professora de educação física disse para minha
mãe que eu tinha dificuldades de me relacionar. Embora não me importasse tanto
com as amizades e sim com os estudos.
Foi o encontro com a leitura um dos eventos mais marcantes. Afinal, poderia orgulhosamente não só rabiscar como também
ler o que o meu mundo de criança permitia descobrir. Ganhei meu primeiro livro
no final da primeira série: ''O pintinho feio'', e reli incontáveis vezes. Na
segunda série, conheci a biblioteca e me apaixonei definitivamente por livros.
Teve um que eu li várias vezes: ''A raposa e o rouxinol''. Nossa...como aquela
história me emocionava! O último livro, já na quarta série, foi “Harry Potter e
A Pedra Filosofal”, e mergulhei de cabeça na história. Como não era um livro
tão infantil, demorei na leitura e a tia da biblioteca me deu uma bronca por
não respeitar o prazo de devolução. Envergonhada, devolvi sem o terminar e
nunca mais retornei. Ah, mesmo assim saudades ficaram!
Nesse momento a escola era
divertida. Foi lá também que tive as primeiras aventuras e desventuras. Promoviam
excursões, passeios, visitas ao teatro, cinema, em apresentações artísticas,
etc., e eu me encantava com este contato com o diverso. Inclusive, também participei
de danças e exibições no palco. Fiz amiguinhos que chegaram a almoçar em minha
casa e vice-versa, entre outras socializações.
Os trabalhos em grupo eram
reforços interessantes para se descobrir tais amizades. Às vezes, entre os
meninos e meninas se observava paqueras e paixões pueris, até me pediram em
namoro, mas achei a proposta indecorosa e infactível com os meus pensamentos de
criança. Chorei também, como no dia em que tropecei e caí de cara com a lama da
chuva, ou quando, sem querer sentei na abelha e levei um ferrão bem na coxa, ou
ainda quando um colega ‘’japonesinho’’ convidou praticamente a sala inteira
para a sua festa de aniversário, menos eu.
As professoras do
fundamental do ciclo I eram diferentes de modo geral. Recordo-me de cada uma delas,
de alguns nomes (Claudia, Sidneia e Claudineia), seus aspectos e feições. Uma
característica comum a todas (ao menos até onde a minha memória alcança), era o
convívio harmonioso que mantinham com os alunos. Duas delas foram visitar a minha
casa por razões diferentes, e conheceram onde eu morava.
No final da quarta série, soube que seria a
minha última estadia e que todos os alunos deveriam ir para outra escola no ano
seguinte, já que a escola tinha apenas o ciclo I. Antes do ocorrido, eu, curiosa,
perguntei à professora como poderia ser a futura escola, e lembro-me até agora de
seu olhar consolador e de uma sentença não muito otimista, mas conformada.
Confesso que fiquei com medo e receio do que me aguardava. Quando as lembranças
do primeiro ciclo retornam, a soma delas sempre resulta em um suspiro doce e pouco
melancólico do passado. O que não se evidenciará mais a partir de então.
Memórias - Trajetória Escolar - PARTE 2
No segundo ciclo de ensino, acabei parando na escola estadual Luiza Hidaka, que atendia alunos da 5ª a 8ª série do Ensino Fundamental II e do 1ª ao 3ª ano do Ensino Médio. A segunda escola em comparação com a anterior era um cubículo. As únicas partes arejadas eram um jardim pequeno com uma árvore e a quadra de esportes, sendo que as janelas das salas de aulas tinham grades por todas as extremidades, os corredores eram estreitos e as salas ordenadas como as de hospitais. Percebi durante esta nova experiência que as crianças não brincavam nem corriam mais, por ser inviável estruturalmente. E, além disso, algo naturalmente estava se transformando em nós, crianças: crescíamos e, junto, os nossos interesses em relação à vida escolar.
Na minha mente, quanto mais se
avançam as séries, mais a memória se fragmenta. Há uma rotatividade enorme de
coleguinhas, matérias, assuntos, professores, etc., e os rostos vão desaparecendo
junto com as lembranças da época. A
tendência foi a de um declínio em meu rendimento escolar, as notas tornaram-se
cada vez mais baixas no boletim. Não sabia por que fazia as atividades, nem como
eu era avaliada, ou o que estava aprendendo. Copiava o que tinha para copiar,
respondia o que tinha para responder, tudo mecanicamente. Não entendia o
sistema de ensino criticamente, somente me submetia a ele.
O contexto e o ambiente eram
outros. Os professores se multiplicaram com as matérias, e sinceramente não
sabia a diferença exata entre elas, embora o caderno de dez matérias tivesse essa
função de organização. Havia a turminha do oitavo ano, por exemplo, que parecia
madura e experiente; o grêmio escolar, que colocava música no pátio durante o
intervalo e rolavam muitas paqueras. Notava-se a puberdade se desenvolvendo a
flor da pele entre nós adolescentes.
Nas aulas, recordo-me de algumas histórias, de uma professora brava, que deixava a sala ficava quieta enquanto falava interminavelmente algo sobre civilizações, guerras e afins. Eu não conseguia absorver muita coisa, mesmo que fixasse profundamente meu olhar nela, infelizmente nada entrava. Tem uma lembrança que certamente me comoveu, foi a de um elogio da professora de português sobre a minha redação, me deixou confiante! Nas aulas de artes, me achava boa em desenho, entre outros trabalhos manuais, pois possuía paciência e criatividade. Fora isso, tinha algumas aulas diversificadas que usávamos cartolina ou eram em grupos, mas sem amiguinhos fixos.
Houve situações particulares
que me chamaram a atenção por sua natureza estranha: a professora de geografia que
pedia aos alunos para copiarem textos na lousa enquanto ficava sentada próxima
à mesa fazendo nada, reclamaram dela na direção, depois nunca mais apareceu, talvez
estivesse de licença-saúde. O professor de ciências que pegou uma cadeira e
colocou-a na frente da sala bem no meio de todos, subiu e ficou vigiando a sala
durante sua prova. Teve uma vez a professora que respondeu grosseiramente à
pergunta de um aluno, e que me deixou assustada. E outra, ainda, que saiu
chorando da sala e bateu a porta com toda força, depois que a maioria dos
alunos não prestou atenção em sua explicação. Algo similar aconteceu com outra
professora que ficava bravamente em pé esperando a sala se silenciar e se eu
não me engano, a espera se prolongou durante a aula inteira.
A impressão produzida da
escola que conheci lá atrás quando pequena é diferente desta última escola.
Antes, tinha uma parte divertida e os pensamentos tinham tons alegres. Agora,
do período que antecede o Ensino Médio, a memória falha em tecer os detalhes significativos
série por série.
Durante essa fase, continuei
na mesma escola, mas com a diferença de transição do horário vespertino para o
matutino, isto afetaria drasticamente a minha concentração. Por exemplo, em
aulas paradas ou basicamente quando o professor faltava, eu dormia, ''pescava''
e bocejava quando surgia a oportunidade.
A partir do Ensino Médio é
mais perceptível o fenômeno de separação de alunos em grupinhos, cada um se
comportando de um modo específico com a sua identidade. Uns são considerados nerds,
outros, bagunceiros, e por aí vai. Eu, como esperado na minha timidez isolada,
não me encaixava em nenhum grupo. Reservada e calada, só conseguia interagir com
poucos.
Enquanto isso, um
acontecimento avivou meu percurso escolar: entrei na escola técnica estadual
(ETEC) para o curso de gestão ambiental, no 2º ano do Ensino Médio. Ao comparar
os dois tipos de instituição, o técnico e o médio, nota-se que o primeiro era um
ensino mais direcionado, com assuntos específicos e por isso era mais fácil de
estudar, e aceitava alunos de diferentes idades e meios sociais. A minha turma
era diversificada e esforçada, isso me deixou instigada.
Voltando ao ensino regular,
um dia descobri a biblioteca e, ao longo do tempo constituí uma bela amizade
com a Dona Francisca, quem cuidava dos livros e empréstimos. Foram muito
valiosas as minhas idas e vindas da biblioteca, carregando alguns volumes de clássicos
da literatura estrangeira ou nacional para casa, e tentando decifrá-los. Um
gênero que me agradou bastante e continua desde então, foi poesia.
No ensino médio surgiram as
tais apostilas do professor e aluno da Secretária de Educação do Estado de São
Paulo, e matérias como Filosofia e Sociologia, das quais conseguia bom
rendimento, acredito por que contavam com opções alternativas de avaliação. Além
disso, não tinha tantas novidades, a lousa se enchia de textos e números, e eu
enchia meu caderno também, até inventei resumos estratégicos para economizar as
linhas e tempo. Achava uma tamanha bobagem copiar o que já estava escrito em
livros ou textos impressos. Escrevia rápido e sinteticamente para cumprir a uma
obrigação, deixando a minha letra incompreensível para os outros, e às vezes,
até para mim.
A relação entre professor e aluno na sala de
aula continuava no mesmo dilema. A minha turma era indisciplinada e os professores
quando não estavam nos desprezando, estavam dando broncas constantemente. Um
dado importante era a ausência diária de professores. Quando faltavam, aulas conhecidas
como ''vagas'' eram comuns, ou então, um professor eventual entrava para
substituir, passando alguma atividade pronta ou cópia na lousa e assim,
‘’quebrava o galho’’ na aula.
As matérias que mais gostava
exerceram influência positiva ao longo do meu trajeto escolar, como português e
ciências, pois gostava de ler, escrever e de observar a natureza. No ensino
médio, a disciplina Ciências se ramifica em Biologia, Química e Física, porém,
a atração se deu por biologia. Carregava um livro didático de biologia e
estudava as imagens e capítulos mesmo com certa dificuldade para entender. Até
hoje ele continua guardado na minha prateleira, de vez em quando eu o folheio.
Já das matérias que me
deixavam pavor de estudar era matemática. Associo todo esse horror principalmente
às situações frustrantes de aprendizagem e à falta de professores, raramente compareciam
às aulas. Levava as outras matérias tranquilamente através de leituras e
interpretações, mas não conseguia superar as minhas deficiências em exatas. Matemática
era meu bicho-papão e ainda guardo resquícios de trauma.
No último ano, contava os dias
para que terminasse logo a escola, estava tão entediada e acordar cedo toda
manhã era um imenso sacrifício. A preguiça me fazia faltar às aulas consideravelmente,
e quando, no dia seguinte reaparecia, praticamente havia perdido quase nada de
estudo. Eu dormia bastante na sala de aula, porque o ambiente me dava sono ou
pouco me empolgava. Mas continuava mantendo a única atividade que me dava
prazer: ler livros da biblioteca. Ademais, quando não estava na escola, estava
nas aulas de inglês, ou nas de espanhol, ou nas de técnico. Foi um ano bem
corrido e puxado.
O final do ano se aproximou e
uma sensação de alívio tomou conta de mim. O derradeiro fim que tanto aguardava!
Partiria da escola levando a imagem de
um lugar problemático e desanimador (com exceções), e cansada. Não queria mais
ver aquelas cadeiras, as janelas de ferro, o barulho atordoante e toda espécie
de enclausuramento que a visão alimentava.
Prestes a terminar a escola,
a sociedade me pressionava para escolher uma profissão e prestar o vestibular,
mesmo assim eu não tinha vontade e nem pressa para pensar nisso. O importante era
estar livre e depois, com consciência e paciência poderia decidir o que fazer
da minha vida.
(Continua...Parte 3)
AINDA
TIÃO
RELÓGIO
AUTOCRÍTICA
ETERNA MENINA
DÉJÀ VU
PROVOCAÇÃO
SOL
DESEJO
O PEQUENO URSO
TREM DAS 6
OBJETIVIDADE
O FATO DA CAVERNA
DECLARAÇÃO
O GRITO
IMAGINAÇÃO
BONECA DE PORCELANA
DECLÍNIO
SOBRE OS IDIOTAS
TEMPOS DIFÍCEIS
ERA UMA VEZ
ESPERANÇA
INTRÍNSECO
A LUTA ÍNTIMA
J.V.